segunda-feira, 31 de março de 2014

Limites da proteção

Mais um artigo publicado no jornal O Globo. E, de novo, sobre os equívocos da política industrial recente.

Limites da proteção

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segunda-feira, 17 de março de 2014

Pausa para propaganda

O problema do agente-principal talvez seja a principal dificuldade para o bom funcionamento das políticas públicas. Trocando em miúdos: o principal (a gente) precisa do governo e dos funcionários públicos (os agentes) para colocar em práticas políticas públicas que, a princípio, deveriam nos beneficiar. No entanto, nem sempre o cidadão é o agente principal dessa relação e os interesses dos agentes acabam se sobrepondo aos interesses do principal. Nesse caso, o principal agente deixa de ser a gente e passa a ser os governantes e os agentes envolvidos com a burocracia do governo. Sendo assim, o sucesso das políticas públicas usualmente dependem do alinhamento correto dos incentivos dos agentes, para que eles busquem atingir os interesses do principal, ou seja, da gente, e não seus próprios interesses. Em resumo, políticas públicas de qualidade dependem não somente de recursos públicos, mas também de um bom equacionamento do problema do agente-principal. E isso passa, entre outras coisas, pela avaliação objetiva e criteriosa dos resultados dessas políticas.

Bom, toda essa história é para dizer que a Joana Monteiro e a Luiza Niemeyer, minhas colegas aqui no Instituto Brasileiro de Economia da FGV, estão lançando O Agente Principal. Trata-se de um blog voltado para o debate de questões ligadas a políticas públicas. Os temas que elas pretendem abordar são super relevantes e as duas são craques. Imperdível! A propósito, já abriram com duas excelentes postagens sobre os resultados da política de pacificação das favelas no Rio de Janeiro. Leitura obrigatória.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Memórias da Copa ED (2): O começo de tudo

Dia 22 de dezembro de 2001. Nesse dia foi realizada a primeira edição do maior evento esportivo, etílico e de fanfarronice do planeta. Desde então, tem ocorrido anualmente. Em diferentes formatos e com cada vez menos qualidade em termos puramente esportivos, é verdade. Mas sem interrupção.

Na primeira edição eram cinco times, com no máximo um reserva. Na primeira fase todos jogavam contra todos e os dois melhores classificados se enfrentavam na grande final (talvez tenha havido semifinais, mas eu não me lembro e os registros se perderam). Tudo no mesmo dia. Seria algo impensável atualmente, dado o condicionamento físico dos atletas nos dias de hoje (os jogos também tinham duração maior).

E para os goleiros era ainda pior. Não havia goleiro para todos os times, então éramos obrigados a nos revezar em várias equipes ao longo do dia (por isso nas fotos abaixo há algumas repetições nos jogadores). Isso só seria mudado a partir do terceiro ano. Devo ter jogado uns oito jogos nessa primeira edição. Não me lembro de ter ficado tão cansado e dolorido em toda a minha vida. Mas também não consigo pensar em muitas outras oportunidades em que eu tivesse estado tão feliz.
  
O time campeão: Kakau, Flávio, Rodrigo, Osvaldo e Mauricio (sem reservas!)
Os vice-campeões: Dumato, Tobias e Douglas em pé, Luciano, Wilson e Dudu Guerreiro agachados
Fábio Bezé, Júnior, Luciano em pé, Paglo, Rodrigão e Duda agachados
Fred, Claudio, Marco Antônio, Jubinha, Dudu Negão e Ed
Durão, Choppinho, Pedro, Marco Antônio e Bruno em pé, Fernandinho agachado


Veja a primeira postagem dessa série aqui.

domingo, 9 de março de 2014

Eu, criança

Semana passada, durante o Carnaval, tive a confirmação de algo que eu já desconfiava há algum tempo. Sabe aquela história de conservar a criança que existe dentro de nós? Pois então: acho que tenho me saído bem nessa tarefa. Bem até demais. Meu sobrinho me considera, literalmente, uma criança.

Estávamos no banheiro, enquanto eu escovava os dentes após o almoço. Como de praxe, ele me fazia um monte de perguntas, as quais eu respondia com paciência.

Arthur: Dindo, o que é isso que você está bebendo?
Eu: Isso não é para beber, é para limpar a boca. Não pode engolir. A gente coloca na boca, espera um pouco e depois cospe.
E preocupado com a possibilidade de ele beber o enxaguante bucal, complementei.
Eu: E é só para adultos, porque arde quando a gente coloca na boca. Você não pode beber, entendeu?
Arthur: Entendi. Mas você é criança e está bebendo.
Eu: Eu não estou bebendo, eu cuspi, você não viu? Além disso, por acaso eu sou criança, Arthur? Olha o meu tamanho.
Arthur: Claro que é.
Eu: Ah, bom. E seu pai, é criança também?
Arthur: Não, meu pai também brinca comigo, mas ele é adulto. Você é uma criança com tamanho de adulto.

Eu sou a criança da esquerda