domingo, 9 de março de 2014

Eu, criança

Semana passada, durante o Carnaval, tive a confirmação de algo que eu já desconfiava há algum tempo. Sabe aquela história de conservar a criança que existe dentro de nós? Pois então: acho que tenho me saído bem nessa tarefa. Bem até demais. Meu sobrinho me considera, literalmente, uma criança.

Estávamos no banheiro, enquanto eu escovava os dentes após o almoço. Como de praxe, ele me fazia um monte de perguntas, as quais eu respondia com paciência.

Arthur: Dindo, o que é isso que você está bebendo?
Eu: Isso não é para beber, é para limpar a boca. Não pode engolir. A gente coloca na boca, espera um pouco e depois cospe.
E preocupado com a possibilidade de ele beber o enxaguante bucal, complementei.
Eu: E é só para adultos, porque arde quando a gente coloca na boca. Você não pode beber, entendeu?
Arthur: Entendi. Mas você é criança e está bebendo.
Eu: Eu não estou bebendo, eu cuspi, você não viu? Além disso, por acaso eu sou criança, Arthur? Olha o meu tamanho.
Arthur: Claro que é.
Eu: Ah, bom. E seu pai, é criança também?
Arthur: Não, meu pai também brinca comigo, mas ele é adulto. Você é uma criança com tamanho de adulto.

Eu sou a criança da esquerda

Nenhum comentário: